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Dra. Isadora Oliveira

Muito Além dos Dados do INSS: A Outra Face da Crise de Saúde Mental no Brasil

  • Foto do escritor: Dra. Isadora Oliveira
    Dra. Isadora Oliveira
  • 17 de abr.
  • 3 min de leitura

Introdução 

Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado uma verdadeira epidemia silenciosa: a crise de saúde mental. Transtornos como ansiedade, depressão e burnout têm se tornado cada vez mais comuns entre trabalhadores de diferentes perfis. E os dados são claros: o número de afastamentos do trabalho por transtornos mentais e comportamentais bateu recordes recentes, segundo informações do Ministério da Previdência Social.


afastamento por depressão no INSS
Fonte: G1.

O que está por trás desses números? O que eles representam? E, principalmente: o que dizem sobre a realidade de quem adoece emocionalmente, mas não aparece nas estatísticas?

Os Números Oficiais: Trabalhadores CLT 

Dados recentes do INSS mostram que milhares de brasileiros com carteira assinada foram afastados de suas funções por diagnósticos relacionados à saúde mental. Entre os principais transtornos estão a depressão, os transtornos de ansiedade, a síndrome de burnout e os transtornos de adaptação.

Esses números refletem a pressão crescente dos ambientes de trabalho, jornadas extensas, metas inalcançáveis e a ausência de apoio emocional nas organizações. No entanto, também expõem uma limitação importante: só estão contabilizados os trabalhadores com vínculo CLT.

A Realidade dos Trabalhadores Informais e de Aplicativos 

De acordo com dados do IBGE, cerca de 39 milhões de brasileiros trabalham na informalidade, o que representa 39,1% da população ocupada. Esses profissionais estão fora do sistema de proteção do INSS e, portanto, não têm acesso formal ao afastamento remunerado por motivos de saúde mental.

No universo dos aplicativos, a situação também chama atenção: estima-se que mais de 1,27 milhão de motoristas operem por apps como Uber e 99, enquanto o iFood registrou cerca de 243 mil entregadores ativos em 2023. A grande maioria desses trabalhadores não possui nenhum tipo de suporte emocional, plano de saúde ou direito a licença.

A pressão constante por produtividade, o isolamento, a instabilidade financeira e a falta de reconhecimento contribuem para o adoecimento emocional desse grupo. Muitos sofrem em silêncio, sem conseguir parar, por medo de perder a renda ou de serem esquecidos pelo algoritmo.

Impactos Invisíveis, Mas Reais 

O impacto da crise de saúde mental ultrapassa os limites das estatísticas. Existe um custo social e econômico silencioso, que não aparece nos relatórios oficiais, mas que afeta famílias inteiras.

Profissionais informais e autônomos adoecem sem poder parar. A produtividade cai, o sofrimento se acumula e a busca por ajuda acaba sendo adiada. É um ciclo que reforça a desigualdade: quem mais precisa de suporte é, muitas vezes, quem menos tem acesso.

Sinais de Alerta: Quando Buscar Ajuda 

A depressão nem sempre se apresenta de forma óbvia. Alguns sinais que merecem atenção:

  • Fadiga constante, mesmo após dormir bem

  • Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas

  • Alterações no apetite ou no sono

  • Dificuldade de concentração

  • ·Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva

Se esses sintomas persistirem por mais de duas semanas, é importante procurar ajuda profissional.

O Papel do Diagnóstico e do Tratamento Adequado 

Buscar acompanhamento com um(a) médico(a) psiquiatra pode fazer toda a diferença. O tratamento pode envolver psicoterapia, uso de medicamentos, mudanças de hábitos e, em alguns casos, o afastamento temporário das atividades profissionais.

Quanto mais cedo o cuidado é iniciado, maiores são as chances de recuperação e qualidade de vida.

Conclusão 

A crise de saúde mental no Brasil é um reflexo de um sistema de trabalho que adoece, de uma sociedade que ainda estigmatiza e de uma realidade que exclui aqueles que mais precisam de apoio.

Promover a saúde mental é responsabilidade de todos. Seja você um trabalhador CLT, autônomo, informal ou de aplicativo, seu bem-estar importa.



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